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Filmagens de 'Chico Xavier' têm relatos sobrenaturais



O diretor Daniel Filho e parte do elenco da cinebiografia “Chico Xavier” se emocionaram e até relataram experiências sobrenaturais nos bastidores das filmagens, durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (24), em Paulínia, no interior paulista. O filme teve première na noite de terça (22) na cidade, onde foram realizadas boa parte das cenas.


O longa que conta a história do médium mineiro, da infância à maturidade, estreia em circuito no dia 2 de abril, com a expectativa de se tornar um dos campeões de bilheteria do país. Além de tratar de assunto de grande apelo popular, o espiritismo, o lançamento acontece no ano em que Chico Xavier (1910-2002) chegaria ao centenário.


O ator Nelson Xavier, que interpreta o médium entre os anos de 1969 e 1975, ficou com a voz embargada ao descrever o personagem. “Chico foi uma revolução em minha vida. A mensagem dele é que a gente tem que acreditar mais no amor”, explicou. “Eu vivia num ateísmo profundo antes de mergulhar no universo dele. Ao ler o livro fui tomado por uma cachoeira de emoções e lamentei ter vivido tanto tempo sem o Chico”.


O livro a que o ator se refere é “As vidas de Chico Xavier”, do jornalista Marcel Souto Maior, no qual o roteiro é baseado. “Infelizmente, não vou desfrutar da vaidade de autor, de vir alguém me dizer que achou o livro muito melhor que o filme”, comentou Souto Maior. “Quando sonhava em ver meu livro transformado em filme, imaginava que dez passagens não poderiam ficar de fora. E ao ler o roteiro estavam todas lá”, completou o autor.


Quem assina a adaptação é Marcos Bernstein (de “Central do Brasil” e “Terra estrangeira”). “Decidimos que a infância não poderia ficar de fora, por talvez ser a parte mais dramática da vida do Chico. E muito menos a maturidade, quando ele passa a usar peruca, que é a imagem mais fresca que as pessoas têm dele”, diz o roteirista.


O filme é conduzido pela participação de Chico Xavier, já idoso, no programa de entrevistas “Pinga fogo”, que tenta a todo fazer o médium cair em contradição. Ao longo de perguntas provocativas de jornalistas, o médium relembra momentos importantes de sua vida – da juventude em Pedro Leopoldo à consagração em Uberaba.


Trama paralela é protagonizada por Orlando (Tony Ramos) e Glória (Christiane Torloni), pais que perderam o filho em uma tragédia e recebem uma carta psicografada das mãos do médium. “Esse casal é o ponto direto de identificação com o espectador, é o que representou o Chico para todos nós: a possibilidade de ter de volta um filho, um parente querido que perdemos”, analisou Bernstein.


Além de Nelson, interpretam o médio na fase adulta e na infância os atores Ângelo Antônio e Matheus Costa.


Possessão 
Em uma das cenas conduzidas por Antônio na Casa da Prece, fundada por Xavier em Uberada, Daniel Filho contou ter presenciado uma possessão. “Parece que uma senhora, figurante, encarnou algum espírito. Ela teve que ser tirada às pressas da sala”, relembra.


Segundo o diretor, também era comum que figurantes chorassem muito nas cenas. “Principalmente em Uberaba, onde muitas pessoas estiveram com o Chico, havia muita comoção”.


Mas apesar desse tipo de relato, Filho faz questão de enfatizar que “Chico Xavier” não foi feito com a intenção de ser um filme religioso, sobre a doutrina espírita. “É a história de um brasileiro excepcional, que escreveu 412 livros e vendeu mais de 30 milhões no mundo todo”.

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